Mistério: livros com depoimentos da história do controle do câncer "desaparecem"

DESAPARECIDO

No dia 27 de novembro, Dia Nacional de Combate ao Câncer, o INCA e a Fiocruz protagonizaram um ato que merece os aplausos de servidores e da população em geral: lançaram o livro O Câncer como Problema de Saúde Pública, da série Depoimentos para a História do Controle do Câncer no Brasil. O livro, de distribuição gratuita e venda proibida, faz juz ao nome com depoimentos de personagens "que fizeram a diferença na história recente do controle do câncer no País".

A obra, com uma tiragem de 3 mil exemplares, impressa em offset, papel couché 150g, 4/4, "inaugura uma série de publicações" inserida no âmbito do projeto "História do Câncer - Atores, Cenários e Políticas Públicas". A finalidade da publicação é produzir conhecimento histórico sobre o controle da doença no Brasil, além de contribuir para a valorização e a preservação do patrimônio cultural das instituições ligadas ao câncer.

Nesse primeiro livro, é possível encontrar os depoimentos, entre outras, de personalidade como o ex-diretor-geral do Inca e ex-ministro, José Gomes Temporão; e do atual diretor-geral, Luiz Santini. Merecidamente, a publicação teve destaque na grande mídia, como no Jornal do Brasil, em O Dia, O Fluminense, além do portal da própria Fiocruz e do Blog da Saúde, do Ministério da Saúde.

Os profissionais, as instituições e os entrevistados envolvidos no projeto merecem elogios por várias razões. Mas a que mais salta aos olhos é a franqueza com que os depoimentos são dados, raramente observados em personalidades públicas. Temporão, por exemplo, chega a criticar duramente um antecessor. O atual diretor-geral expôs tensões regimentais com Ministério da Saúde, como o noticiado na "Coluna Esplanada", do Correio do Brasil.

A versão em PDF do livro deveria estar postada na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. Mas o link está quebrado. No Portal do INCA, onde ele também deveria estar hospedado, também é impossível localizar o PDF. O mesmo ocorre com o endereço eletrônico do Projeto História do Câncer, da Fiocruz.

Tirando algumas dezenas de exemplares impressos distribuídos no dia do lançamento, é virtualmente impossível localizar exemplares nas instituições ou digitalmente. Nenhuma explicação oficial foi levada a público até o momento.

A pergunta que não quer calar, dirigida às intituições envolvidas é só uma: Onde estão os exemplares de livros tão importantes para o entendimento da política do controle do câncer? Ou, para tomar de empréstimo trecho da apresentação da obra: onde estão os livros que nos fariam "privilegiados pelo acesso a esses relatos históricos"?
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